Zumbido no ouvido tem cura na Bahia

Um barulho no ouvido que persegue o paciente 24 horas por dia pode ser o zumbido, um mal que, para a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, atormenta cerca de 30 milhões de brasileiros e 17% da população mundial. Segundo especialistas, apesar de o problema ter cura em boa parte dos casos, alguns médicos e a maioria da população desconhece essa informação.

Em Salvador, o distúrbio pode ser atendido pelo SUS. Para alertar a sociedade sobre o tema, 11 de novembro é marcado como o Dia Nacional de Conscientização do Zumbido.

Segundo a médica e vice-presidente da Sociedade de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Bahia, Clarice Saba, um dos grandes problemas que os especialistas enfrentam no combate e conscientização do sintoma é a ideia de que o zumbido não tem cura. “Essa desinformação leva vários pacientes a não procurarem auxílio médico e desistirem do tratamento. Porém, em cerca de 80% dos casos o distúrbio tem cura, e em casos mais graves o mal pode ser amenizado, afirma Clarice.
A especialista descreve o zumbido como um distúrbio da audição, que consiste em perceber sons que não são gerados por uma fonte sonora física. Em consequência de uma perda na audição há o aumento dos impulsos elétricos que a via auditiva envia ao córtex cerebral, gerando os sons, que normalmente se assemelham ao chiado, apito, cigarra ou outros sons.
As causas do distúrbio são as mais variadas, a exemplo da exposição ao som alto por muito tempo, da perda auditiva parcial ou total, questões anatômicas referentes à face, pescoço, dentes e articulação temporo-mandibular (ATM), alterações nos níveis de triglicerídeos, pré-diabetes e alto consumo de cafeína. Podem incidir em qualquer faixa etária. Contudo, o problema é mais frequente na terceira idade, atingindo 33% dos indivíduos.
Clarice Saba informa que apenas 40% das pessoas reconhecem os sintomas do zumbido e um número ainda menor procura por assistência especializada.
Projeto Anti-Zumbido – PAZ
O PAZ é o primeiro ambulatório de zumbido de Salvador. Idealizado e coordenado pela otorrinolaringologista Clarice Saba, o projeto funciona no Ambulatório Docente-Assistencial da Escola Bahiana de Medicina (ADAB), na Av. Dom João VI, n° 275, Brotas. O PAZ atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) cerca de 120 pacientes por mês. O tratamento oferecido é multidisciplinar, coordenado pela otorrinolaringologista com apoio de outras especialidades como fonoaudiologia, psicologia, neurologia, clínica médica, fisioterapia, ortodontia, etc.
“O mais importante no tratamento é identificar as causas do problema para definir o tipo de terapia”, afirma Saba. Sendo assim, o tratamento pode ser medicamentoso, por adequação alimentar (nutricional), fisioterapia, acupuntura, ortodôntico, aparelho auditivo, retreinamento das vias auditivas etc. A terapia pode durar cerca de um ano, mas garante melhora na qualidade de vida.